quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Ainda não passou, mas vai passar

 


Já são mais de 40 mil visualizações da animação “Quando Tudo Isso Passou”, elaborada por estudantes ligados ao Laboratório de Imagem e Som (LIS) do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, com a direção do professor Wilson Lazaretti e colaboração do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas.
O filme, que integra a “Força Tarefa - Unicamp contra Covid-19”, foi lançado em junho, e o chamado à solidariedade, compreensão e amor segue atual e essencial.


Está difícil, mas é preciso resistir. Vai passar!

 Esse filme, mesmo, contornou as dificuldades, e foi todo elaborado à distância.

Quer saber como?

Compartilhamos abaixo alguns depoimentos de parte da equipe!


Eliana Ribeiro (Montagem e Edição de Arte)

Esse projeto é especial justamente por isso: cada um teve que arranjar algum jeito de fotografar, de mandar as coisas, de conseguir participar e fazer a sua parte.

Criamos um grupo no whatsapp, e geralmente tudo foi enviado por lá: os testes, marcação de reunião... Às segundas, quartas e sextas realizamos reuniões via webconferência com todo o grupo, pois cada um estava em uma cidade diferente. E quisemos deixar bem claro no filme que cada um tem um estilo, de desenho, de colorização... Eu fui fazendo integração de tudo isso, trabalhando em cima do roteiro do Wilson, que foi muito sensível.

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Lucas Souza, de Campinas

Foi uma experiência muito legal trabalhar mais uma vez com o Wal (Wilson Lazaretti) e um grande aprendizado. Tive que me adaptar aqui em casa, construí um mini estúdio no meu quarto, para conseguir gravar, editar. Fui para internet pesquisar algumas coisas e consegui um suporte para minha câmera fotográfica, com um braço articulado, e uma mesinha de luz.. O melhor é que consegui gastar bem pouco com tudo isso, porque os principais materiais eu já tinha aqui em casa, que são basicamente  madeira e cano pvc. Trabalhei no vírus principal e na cientista principal da animação. Trabalhei em cenários, e outros planos também, mas esse foi meu foco principal. Tive a oportunidade de homenagear uma professora minha do Profis, que é a Mariana Nery, do Instituto de Biologia, uma cientista também, e poder fazer isso quando estou iniciando na animação foi muito legal. 


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João Botas, de Americana

As  fotos são desse pequeno ateliê improvisado onde trabalhei durante o processo de produção dos frames. É sempre mais complicado animar sem o auxílio das réguas e mesas de luz que temos disponíveis no LIS (Laboratório de Imagem e Som 'Prof. Dr. Carlos Roberto Fernandes', na Unicamp). Precisei improvisar uma com livros, uma peça retangular de vidro e a lanterna do celular, foi de grande ajuda, mas é um pouco desajeitada. Acho que foi especialmente complicado para os artistas que trabalham com o desenho tradicional, como eu, já que, para os artistas digitais, não há necessidade da mesa de luz, de um espaço físico maior para desenhar, além de papel, tinta, e outros materiais, tudo está condensado no computador. Apesar desses impeditivos, fico muito feliz de poder explorar as qualidades plásticas da pintura em projetos como este. Gosto das manchas de tinta, as camadas e transparência da aquarela, essas sutilezas que só consigo com o papel e a tinta e que enriquecem muito o trabalho. Acho esse fazer artesanal muito gratificante.


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Isabela Jaha, São Paulo

Vim contar um pouco sobre como foi minha experiência enquanto animadora trabalhando durante o isolamento social. Quando nós, da animação, começamos a projetá-la, logo pensei em realizar desenhos através da pintura digital, pois imaginei que a linguagem do desenho digital faz jus ao momento que estamos vivendo, em que estamos usufruindo das tecnologias digitais - como smartphones e notebooks - com maior frequência; além disso, decidi realizar os fotogramas por via digital porque estava passando por uma certa escassez de materiais artísticos no início do projeto, e com a pintura digital o recurso se torna infinito! 

Foi um grande desafio realizar a animação apenas em minha casa, mais especificamente em meu quarto. Ele se tornou escritório, centro criativo, sala de reuniões (apenas por via digital), etc. Por conta disso, ressignifiquei meu quarto, como um espaço de possibilidades e de intensas ideias criativas. É no meu quarto que tudo pode acontecer.

Na foto, uma imagem de minha escrivaninha, meu "escritório" dentro do quarto.

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Leandro Shida, de São Paulo

Sou Leandro e sou um dos participantes da produção da animação. O que gostaria de ressaltar é a importância da produção de uma animação diante do cenário atual e suas adversidades, sobretudo no que diz respeito ao isolamento social. Realizar uma produção à distância, neste contexto de pandemia, foi um processo bem diferente, mas ainda assim, muito potente, uma vez que o processo envolveu uma readaptação, como, por exemplo, através de reuniões por via remota e a improvisação de mesas de luz. 

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Tania Sahire, de São Paulo

A realização do projeto de animação no meio da quarentena foi interessante porque tivemos que nos adaptar à ela. Isso foi difícil no primeiro momento, pois levou um tempo para conseguir criar uma rotina para a produção dos desenhos, junto com as atividades da academia, como as aulas e os trabalhos. Improvisei para montar uma “mesa de luz” temporária com os seguintes materiais: uma gaveta, uma porta de armário com vidro e duas lâmpadas. Os materiais utilizados foram papel sulfite nos tamanhos A3 e principalmente A4, e também o usei o pastel seco e a caneta nanquim. Em relação às técnicas usadas foram o esfumado para a parte da coloração e a linha para os contornos dos objetos ou personagens.


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Isabella Brum, São Paulo

Esta foi minha estação de trabalho e vou contar um pouco sobre como foi esse processo para mim!

Para este projeto eu preferi trabalhar com animação digital não só pela facilidade que ela proporciona, mas também pela falta de equipamentos para realizar uma animação tradicional (mesa de luz, régua que usamos para sobrepor as folhas etc.). 

Para isso usei um programa de ilustração digital e uma mesa digitalizadora, que me permite desenhar no espaço virtual. Como dá pra ver pela imagem, alguns dos desenhos digitais foram inicialmente desenhados em papel. 

Gostei muito de fazer parte do projeto e, sem dúvida, foi uma grande oportunidade de evoluir na área da animação digital.


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João Pedro Felipe Silva, Ribeirão Preto

Quando fui convidado pelo professor Wilson Lazaretti juntamente com os colegas de graduação a participar deste projeto fiquei muito empolgado para contribuir, mas também um pouco surpreso, pois estávamos em meio ao início da pandemia e da quarentena no Brasil. Ao longo do processo pude compreender um pouco mais como funcionaria a produção do curta, como iríamos nos organizar, quem faria o que, como, quando, para quem e, principalmente, a importância de todos terem a possibilidade de expressar a sua opinião com relação à narrativa, ao storyboard e aos quadros através do contato semanal, que também servia para saber sobre como as coisas iam andando, evoluindo e contexto que cada um do participantes estava vivenciando.

Primeiro fomos definindo o que mais nos marcava durante este momento e como poderíamos mostrar para as pessoas a importância das recomendações dos profissionais da saúde e da ciência. Pude comentar o fato de ver os campos de futebol e outros espaços marcantes das nossas cidades sendo transformados em hospitais de campanha e isso acabou indo parar no curta.

Meus companheiros de graduação, através das suas linguagens, técnicas e olhares, me fizeram ampliar as possibilidades a serem trabalhadas nas minhas próprias animações e projetos de arte, cinema de animação, ciência e educação, me incentivando a ser mais aberto, colaborativo e criativo.

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Título: Quando Tudo Isso Passou

Direção: Wilson Lazaretti

Link para a animação: https://youtu.be/9a4QI7aTq4Y

 

Ficha técnica:

Animação:         

Isabela Jaha

Isabella Brum

João Pedro Felipe Silva

João Botas

Leandro Shida

Lucas  Souza

Sofia Yumi C. K.

Tania Sahire

Wilson Lazaretti               

Participação das crianças

Livia Russo Camargo

Luca  Lazaretti

Manuela Caldana

Paola Caldana

Valentin Maurer Abraham

Produção: Maurício Squarisi

Composição e trilha sonora: Eduardo Virgilio

Montagem e direção de arte: Eliana Ribeiro

Narração: Tereza Freire

Apoio de produção: Duda Bezerra

Consultoria de conteúdo: Patrícia Alves

Revisão de texto: Katia Fonseca

Orientação técnica: Henrique Marques Souza

Colaboração: Dayane Machado, Francisco Gonçalves Ataíde, Marcelo Guzzo, Mariana Soares Leme, Norma Reggiani


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Núcleo de Cinema de Animação de Campinas marca presença em festivais


 Quer saber por onde anda a equipe do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas?

O curta-metragem “Quarks e Léptons”, do projeto Animafísica,  uma parceria com o Instituto de Física da Unicamp, esteve na programação “Mostra de Cinema Infantil” do Circuito de Cinema de Penedo, nos dias 23 a 29 de novembro, e agora, está na “Mostra Nacional – Sensoriais & Gags’’, da Mostra Udigrudi Mundial de Animação (MUMIA) 2020 que acontece nos dias 2 a 9 de dezembro.

Wilson Lazaretti, que esteve envolvido com a produção de uma microssérie com o SESC Campinas, será um dos jurados do  ARLEKIN 2020, um festival internacional para crianças e jovens que produzem mídias digitais. Este ano, o evento, que é sediado na Bulgária, acontece nos dias 5 a 12 de dezembro, de forma online.  Na edição de 2019, Wal ministrou oficinas e exibiu três animações do Núcleo. Relembre aqui.